domingo, 2 de janeiro de 2022

ANIVERSARIANTES MEMORÁVEIS - 12 anos de BRAVURA INDÔMITA

Fiel ao romance original e superior à primeira versão. Filmaço! 


Por Rafael Morais

Que os irmãos Coen são talentosos não temos dúvida, mas os caras conseguiram se superar. Mesmo depois dos excelentes Onde os Fracos não tem vez (Vencedor de Oscar) e Um Homem Sério, parece que a dupla está sempre inspirada. E dessa vez, tiraram da cartola um remake western que tinha John Wayne como personagem principal e, sinceramente, a versão atual ficou ainda melhor.

O longa narra a história de uma menina de 14 anos (Haliee Steinfeld) que está buscando vingança pela morte de seu pai. Para tanto, ela contrata Reuben "Rooster" Cogburn (o incrível Jeff Bridges), um federal brutamontes e bastante temperamental. O assassino é o imprestável Tom Chaney (Josh Brolin), que também é perseguido pelo texano LaBoeuf (Matt Damon).

Bravura Indômita é um bang bang diferenciado. Desde a linguagem, diálogos, direção de arte e elenco, passando pela trilha sonora, tudo ocorre de forma orgânica na trama. Destaque para o fantástico seguimento do interrogatório no tribunal. Observe como o ex-xerife se esquiva das acusações e ainda tira sarro da justiça. Bem contemporâneo, não acham?! 

Assim, uma das marcas registradas dos Coen (Joel e Ethan), que é o humor sarcástico, também está lá e funciona perfeitamente, tendo em Bridges o seu ponto focal.

A primorosa atuação de Steinfeld (como Mattie Ross) é notável! A personagem é um show à parte. Aquelas negociações com os comerciantes e na funerária faz o espectador se questionar: realmente essa “pobre menina” (que de fraca não tem nada) acabara de perder o pai?! A sua determinação e coragem impressionam, além do mais num contexto extremamente patriarcal e machista no qual ela estava inserida.

Inesquecível, a obra ainda guarda uma sequência final digna de um jovem clássico! A famosa cavalgada é magnificamente fotografada e se harmoniza com a trilha sonora ao fundo; enfim, todo o clímax favorece para um desfecho memorável. De fato, o remorso e o arrependimento parecem oxigenar os pulmões de Cogburn, afinal, por trás daquela figura durona está um pai - em busca de redenção - que nunca teve a chance de sê-lo de verdade. 

Bravura Indômita, de 2010, representa o "novo velho oeste" sob uma perspectiva feminina. Emocionante!

NOTA: 5,0 Pipocas + 5,0 Rapaduras = 10,0. 

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