Refilmagem do clássico francês "O Salário
do Medo", de Henri-Georges Clouzot, traz William Friedkin (de "O
Exorcista") na direção. A história narra a sina de quatro homens impedidos
de voltar aos seus próprios países, por diferentes motivos e que acabam se
encontrando em um país pobre da América do Sul, onde são contratados por uma
companhia de petróleo para uma missão quase suicida: transportar uma perigosa
carga de explosivos por um terreno acidentado.
Película dona de uma atmosfera claustrofóbica e
carregada de tensão, guarda no desenvolvimento de seus personagens e na
irretocável construção do clímax o seu ponto alto. Interessante notar como o
cineasta sabe a importância da criação de uma persona não só para os atores,
mas também para os objetos/elementos de cena. Não à toa que o caminhão, onde se
passa grande parte da ação do longa, é brilhantemente arquitetado através de
uma linguagem narrativa inteligente ao empregar características marcantes ao
veículo durante a sua montagem. Dar personalidade a um ser inanimado não é para
qualquer um.
E como estamos falando de um diretor ímpar,
Friedkin filma o comboio contra a luz, ao final de sua concepção, em uma
fotografia impecável, gerando uma persona corajosa e hostil no meio daqueles
homens desesperados. Destaque para a famosa sequência da ponte que demorou três
meses para ser rodada, graças ao perfeccionismo de seu idealizador, esticando o
orçamento e enfrentando problemas na pós-produção.
Recomendação máxima para aqueles que curtem um
bom suspense com uma pegada aventuresca.
*Avaliação: 4,0 Pipocas + 5,0 Rapaduras = 9,0.