terça-feira, 19 de abril de 2011

FILME: O RITUAL

Suspense tem a fé como pano de fundo.
Rafael Morais
18 de abril de 2011.

Está comprovado que para se fazer um bom filme de terror/suspense sobre possessão demoníaca não é necessário vômito de sopa verde e nem pescoços virando. Não pensem que não sou fã do clássico O Exorcista, muito pelo contrário, penso que um filme como O Ritual é um aperfeiçoamento do gênero que sofre fortes influências do referido sucesso.

Baseado no livro The Rite, de Matt Baglio, o longa mostra um seminarista cético recém-formado que foi enviado ao Vaticano para um curso de exorcismo. O escritor resolveu relatar as experiências do referido padre, Gary Thomas, quando soube que a Santa Sé resolveu colocar um exorcista para cada diocese.

O padre teve o nome trocado para Michael Novak, vivido no filme pelo pouco conhecido, mas uma boa revelação, Colin O'Donoghue. O protagonista procura na Itália, além do curso preparatório, uma certeza sobre a existência de Deus e principalmente do Demônio. Para tanto vai à procura de um dos poucos exorcistas em atividade, Padre Lucas (Anthony Hopkins), a partir daí inicia o embate entre fé x ceticismo, bem x mal, religião x ciência.

O jovem ator O'Donoghue atua de forma convincente, passando através das feições, um ar de insegurança, desconfiança e incredulidade, tudo que o seu personagem precisava. Mas, a tarefa do ator não foi tão difícil, já que o elenco ajuda, e como ajuda. A sempre competente Alice Braga segura firmemente o seu papel de jornalista (na verdade era o escritor Baglio) que seguiu e relatou os passos do novel exorcista em suas buscas pela fé.

No entanto, quem "carrega o filme nas costas" é o monstro Anthony Hopkins, seja através de suas expressões faciais, seja pelos seus surtos geniais, a sua atuação assusta. Desde O Silêncio dos Inocentes, não o via tão inspirado. 

Apesar de Hopkins ser um dos responsáveis direto pelo competente filme, não é apenas o ator que contribuiu para esse êxito. A direção e o roteiro mantêm o clima de suspense do começo ao fim, sem ser necessário apelar para os clichês consagrados (exceto a cena do gato no vidro). As locações em Budapeste e Roma, também dão a sensação de medo e a impressão que o diabo está sempre presente.

Os diálogos são inteligentes e desafiadores, bem como os debates religiosos que fazem do filme um celeiro de questões a serem pensadas.

Recomendo!


Lembre-se: "Você não está sozinho!"

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