A sinopse de "DC Liga dos Super Pets" dá conta da
trajetória de amizade e lealdade entre Krypto (Supercão) e Clark Kent
(Superman), amigos inseparáveis que partilham os mesmos superpoderes e lutam em
Metropolis lado a lado. E quando toda a Liga da Justiça é raptada, Krypto deve
convencer os animais abandonados de um canil a dominarem os seus recém-adquiridos
superpoderes e ajudá-lo a salvar os super-heróis em apuros.
E essa premissa se desenrola de maneira ágil em sintonia com
o desenvolvimento de seus carismáticos personagens. A trupe formada por uma
porquinha (PB), um esquilo (Chip) e uma tartaruga (Mirtes), além de um cachorro
(Ace, o Batcão) consegue prender a atenção do espectador ao tempo em que
arranca boas risadas através de piadas e gags bem construídas.
Destaque para duas sequências emocionantes: a que abre o
longa e um flashback em específico; a primeira, marca o início da linda amizade
entre um animal e uma criança. O pequeno Kal-El sendo enviado à Terra pouco
antes da iminente destruição de deu planeta natal comove o mais desavisado,
sobretudo quando o cachorrinho Krypto salta dos braços de Jor-El para embarcar
com o amiguinho rumo ao desconhecido com a missão de protegê-lo. Na outra
cena - que promete embargar sua voz e deixar os seus olhos marejados - um
recorte do passado de Ace mostra o que aconteceu quando ele vivia no doce lar
de uma família e o motivo pelo qual foi colocado à adoção.
Neste sentido, quando os pets expõem seus conflitos e dilemas
existenciais, principalmente o amor incondicional pelo ser humano, remete
diretamente à saga Toy Story. Aliás, a relação de Krypto e Batcão com os seus
respectivos tutores lembra muito a dinâmica de Woody e Buzz. O filme dialoga
com ótimas referências e isso é muito bem-vindo. Inclusive chega até a citar um
personagem importante da concorrente Marvel.
A direção de Jared Stern, que tem em seu currículo colaborações
em vários filmes de comédia e animação, entre eles "Lego Batman", é
muito bem concatenada com as ideias do roteiro escrito por ele próprio e John
Whittington. Os atos são bem amarrados para extrair o máximo de diversão e
emoção do público. A eficiente montagem também auxilia para que os 105 minutos
passem voando, literalmente.
Clichês à parte, típicos de um filme de equipe, não
empalidecem o acerto na escolha da excelente trilha sonora, que vai de Queen a
R.E.M sem pestanejar. A ótima dublagem, a propósito, é a cereja no bolo, ou
melhor, o petisco no prato.
Surpreendente na escolha do antagonismo, garanto que você jamais
terá visto um filme animado onde a figura do vilão é tão fofa e imprevisível.
Criatividade tem de sobra.
Visualmente impecável, o fato é que estamos diante de um dos
melhores filmes do gênero de herói deste ano, fácil! A DC/Warner não decepciona
nas suas animações à medida que patina no live action. "A Liga dos Super
Pets" é sinônimo de muita inventividade, ação, emoção e comédia.
Para o alto e avante...
* Avaliação: 5,0 Pipocas + 4,5 Rapaduras = 9,5.