domingo, 29 de julho de 2012

EM CARTAZ : BATMAN - O CAVALEIRO DAS TREVAS RESSURGE


No desfecho do arco, Nolan enaltece o altruísmo como sendo a principal característica de um herói.
Rafael Morais
29 de julho de 2012.

OBS: A resenha é livre de spoiler's, isto é, não entrega trechos essenciais do filme/roteiro, pois acredito que o filme só foi fantástico, porque eu não sabia quase nada da trama. Não especulei, nem fucei, muito menos "assediei" o filme, apenas deixei, novamente, que Nolan me surpreendesse. 

Batman é um produto de Gotham City, e não de Bruce Wayne. É com essa premissa que Christopher Nolan recontou a história do Homem-Morcego nas telonas, que começou em 2005 com Batman Begins, passando por O Cavaleiro das Trevas em 2008 e finalizando, este ano, a aclamada franquia com O Cavaleiro das Trevas Ressurge.

Importante perceber que cada filme da saga complementa o outro, ou seja, em Batman Begins o herói se descobre e enfrenta os seus piores medos, encarando vilões como o Espantalho (vivido pelo talentoso Cillian Murphy) e Ra's Al Ghul (interpretado pelo não menos talentoso Liam Neeson). No primeiro longa, explora-se o medo através do terrorismo e do pânico causado por esses vilões. Temos assim, uma grande introdução e um excelente filme de ação. Já na continuação de 2008, Batman enfrenta um agente do caos, o Coringa, na pele do inesquecível Heath Ledger. Aqui o herói é levado à exaustão física e psíquica, passando pelas piores situações e escolhas que mudarão o seu destino. Para arrematar, Bane (o "grande" Tom Hardy) chega arrebentando, literalmente, como um vilão à "altura" para Batman, que passa a provar da verdadeira dor de ser um super-herói. Deste modo, não há como classificar que um é inferior ou superior a outro, por isso, desde já, indico àqueles que forem assistir ao novo longa, que revisitem/revisem os anteriores, principalmente o Begins, pois o filme puxa acontecimentos pretéritos para encerrar brilhantemente a trilogia.

A trama desse novo filme apresenta, além do vilão Bane, três personagens inéditos: o policial John Blake (Joseph Gordon-Levitt), a magnata filantropa Miranda Tate (Marion Cotillard) e a gatuna Selina Kyle (Anne Hathaway). Sexy, ágil e dissimulada como a ladra de joias, a Mulher-Gato de Anne Hathaway se mostra capaz de fazer os marmanjos esquecerem a atuação de Michelle Pfeiffer em Batman Returns, dirigido por Tim Burton, principalmente quando pilota a moto do Batman, em posição que vamos combinar: é bem mais visualmente interessante que o Homem-Morcego montado. Já Gordon-Levitt, demonstra novamente ser um grande ator, status alcançado em A Origem e confirmado em 50/50, ao entregar um policial destemido, com voz e cara de homem, ganhando peso e exalando coragem, bem diferente de seu personagem em 500 dias com Ela. Quem não se sai tão bem quanto deveria é Cotillard, que surge como o ponto fraco do elenco, com atuação muito aquém de sua capacidade.

Também continua a fazer parte do esplendoroso elenco, o magnífico Gary Oldman, na figura do heróico Comissário Gordon. No primeiro ato do filme, depois da morte de Harvey Dent - o desfecho de O Cavaleiro das Trevas - Gotham vive dias de paz, mas como um herói de guerra vive em dias de paz? Gordon não descansa nem mesmo na bonança, quanto mais na tempestade. Assim, o Batman assumiu a morte do ex-promotor e virou alvo da polícia local e Gordon tratou de esconder o fato de que Dent havia se transformado no Duas-Caras, mantendo assim sua figura imaculada. A maior consequência disso é uma lei que praticamente zerou a criminalidade no local e levou o Cavaleiro das Trevas à reclusão, ao seu lugar de origem.
A trama toda se desenvolve de forma linear e é detalhadamente explicada, como se fosse uma homenagem do cineasta, sobretudo ao citar outros personagens conhecidos dos leitores das HQ's e desenhos animados. É a desforra dos irmãos Nolan contra os que sempre diziam que sua Gotham era muito distante da conhecida nas páginas mensais das revistas, diretamente ligada e próxima da visão gótica de Burton, por exemplo.
Não posso deixar de citar a incessante e inspirada trilha sonora de Hans Zimmer, que só dá trégua em praticamente dois trechos do filme, quando Bale (como Bruce Wayne) e Caine (no papel de Alfred) dão um show de interpretação, envolvendo um diálogo emocionante; e quando Batman enfrenta (quebra o pau) pela primeira vez o "gigante" Bane. Nesses dois pontos a trilha sonora dá uma pausa estratégica para prestigiar a arte de interpretar, explorando, inteligentemente o elenco, como também para ouvirmos os socos, chutes, esmagar e quebrar de ossos. A luta tensa e intensa nos faz sentir "na pele" a dor do nosso herói. GENIAL!!  
Épico em seu terceiro ato, por ser repleto de emoção, adrenalina, muitas reviravoltas e grandes revelações, Nolan entrega um desfecho convincente, arrebatador e que deixará saudades nos fãs do Homem-Morcego. A meu ver, nunca antes, na história do cinema (alguns podem citar o Superman de 1978), um herói teve a sua origem tão respeitada como essa nova reimaginação realista de Christopher Nolan, pois como Alfred (o grande Michael Caine e coração do filme) já dizia: é preciso cair para aprender a se levantar, e foi justamente nessa máxima que o Batman pautou-se ao longo da trilogia.


Comentários
4 Comentários

4 comments:

  1. Mais uma grande resenha rafael! realmente esse filme fecha a trilogia com chave de ouro, uma homenagem a todos os fâs do Batman e um filme espetacular! O unico problema dele é que é o ultimo! kkkk

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  2. Valeu garoto! O nosso próximo videocast será sobre esse filme né?!! Abç.

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  3. Tb concordo, esse filme foi feito para os fãs de Batman, uma grande homenagem !!!!!!!!
    O filme prende tanto a atenção que o tempo passa e você não percebe que ficou sentado mais de duas horas!!!
    O elenco, os locais, esse filme é rico em detalhes, e em surpresas!!!

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  4. É verdade mesmo, o filme tem quase três horas de duração e nem parece. Valeu, Jú.

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