segunda-feira, 5 de maio de 2025

Novocaine - À Prova de Dor


Por Isa Barretto

Uma comédia de ação que anestesia a dor com carisma e socos bem dados.

Alguns filmes não precisam reinventar o cinema para entregar uma experiência divertida — precisam apenas de uma boa ideia, ritmo e um protagonista que tenha química com o público. 'Novocaine: À Prova de Dor' dos diretores Dan Berk e Robert Owen, acerta nesse ponto como um soco que não dói, mas deixa marca.

Jack Quaid vive Nathan Caine, um gerente de banco com uma condição rara: ele simplesmente não sente dor. Literalmente. E é justamente essa peculiaridade que vira seu superpoder — ou maldição — quando tudo desanda num assalto violento e a mulher por quem ele é apaixonado é sequestrada.

A partir daí, o filme se assume como uma montanha-russa de ação insana, com piadas afiadas, perseguições improváveis e socos que pareceriam letais se não fosse a sua peculiaridade clínica. A graça está justamente em ver um cara absolutamente comum — frágil em vários sentidos — se jogando em situações absurdas com uma resistência física que desafia a lógica (e o bom senso).

Jack Quaid conduz tudo com um carisma despretensioso que lembra o típico "herói por acidente". A gente torce por ele não porque ele seja o mais forte, mas porque, no fundo, ele está tão perdido quanto nós — e mesmo assim escolhe agir. Amber Midthunder, como a colega de trabalho e possível interesse amoroso, traz equilíbrio à trama com presença e firmeza.

Se a história se apoia em exageros? Com certeza. Se o final entrega tudo o que promete? Talvez não para os mais exigentes. Mas se você embarcar na proposta e estiver disposto a rir do absurdo enquanto torce por um anti-herói que não sente dor, mas sente tudo o que realmente importa — então vale assistir. Novocaine sabe o que representa: um filme honesto digno de uma boa sessão pipoca e que tem o coração no lugar.


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