domingo, 11 de maio de 2025

Lado a Lado (Especial dia das Mães)

 

Por Isa Barretto

"If you need me, call me — no matter where you are, no matter how far."

"Se você precisar de mim, me chame — não importa onde você esteja, nem o quão longe esteja."

É com esse verso que 'Ain’t No Mountain High Enough' nos prepara para a travessia emocional de 'Lado a Lado' (1998), filme dirigido por Chris Columbus. A canção, que parece alegre em seu ritmo, é uma declaração de presença eterna — o tipo de promessa que só o amor materno, mesmo imperfeito, pode sustentar: “onde quer que você esteja, eu estarei com você”.

O longa coloca em cena duas mulheres poderosas, conectadas pelos laços da maternidade — uma biológica, a outra construída no afeto. Susan Sarandon é Jackie, a mãe que teve todas as histórias: os aniversários, as noites sem dormir, as conversas difíceis. Seu tempo, no entanto, é finito — e ela sabe. Mas quer garantir que o amor que construiu sobreviva à sua ausência. Julia Roberts é Isabel, a madrasta que chega sem manual e com medo, mas com a coragem de quem está disposta a amar o que ainda não conhece. É nela que habita a possibilidade do futuro, de continuidade, de um novo tipo de cuidado.

Entre as duas, está Luke (Ed Harris), o pai que tenta equilibrar os afetos, as perdas e os recomeços — e, mais do que isso, os filhos, que precisam entender que o amor de mãe não precisa ser único para ser verdadeiro.

'Lado a Lado' emociona porque não idealiza. Mostra que o amor materno também sente ciúme, falha, compete, recua. Mas que, no fim, ele permanece. Que ser mãe é, acima de tudo, garantir que alguém se sinta amado mesmo quando você não estiver mais por perto. Que o legado mais profundo não está nas histórias vividas, mas na segurança que você deixa.

Neste Dia das Mães, esse filme é um tributo a todas as formas de maternar. Às mães que se foram, mas continuam vivas na memória. Às que chegaram depois e aprenderam a amar sem pedir espaço. E às que estão, todos os dias, dizendo — com palavras ou silêncio —: “Se você precisar de mim, me chame.”

Porque quando o amor é verdadeiro, não há montanha alta o bastante que o impeça de chegar.

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