terça-feira, 11 de julho de 2017

NOS CINEMAS - Meu Malvado Favorito 3


Por Rafael Morais
11 de julho de 2017

Repetindo a fórmula responsável pelo sucesso da franquia, a Illumination Entertainment (estúdio de animação) consegue manter o nível dos episódios anteriores com este “Meu Malvado Favorito 3”, o que já é uma proeza para uma sequência que tende, por si só, a se desgastar. Assim, os diretores Pierre CoffinKyle Balda, cientes do potencial carismáticos dos personagens que compõem àquele universo fantástico, e com um roteiro bem arquitetado às mãos, são extremamente hábeis ao aprofundar o desenvolvimento das personas que já conhecemos como também criar novos integrantes icônicos. 

Desta vez, o vilão Balthazar Bratt rouba a cena – literalmente – ao ser introduzido com uma pegada oitentista, já que o sujeito fez muito sucesso com uma série de TV na década de 80, ocasião em que interpretava o vilanesco Evill Bratt. Contudo, o tempo passou, ele cresceu, a voz mudou, a fisionomia mais ainda, e a fama se foi. Com a série cancelada, Balthazar tornou-se uma pessoa vingativa que, nas décadas seguintes, planejou seu retorno triunfal como vingança. Gru e Lucy são chamados para enfrentá-lo logo em sua reaparição, mas acabam sendo demitidos por não terem conseguido capturá-lo. Gru então descobre que possui um irmão gêmeo, Dru, e parte com a família para encontrá-lo no país em que vive. Vale destacar as incríveis dublagens de Leandro Hassum como Gru e Evandro Mesquita na pele do Evill Bratt, demonstrando que as dublagens, em algumas animações, continuam ótimas, diferente do que acontece nos filmes em live action. 

Não menos espetacular, as referências cinematográficas estão por toda parte, entregando a cinefilia dos diretores: “Procurando Nemo” (em uma piada de humor negro total) e “Star Wars” são apenas algumas delas, as mais escancaradas. Porém, o que definitivamente traz charme ao longa é a poderosa trilha sonora composta por músicas dos anos 80, época em que efervescia a cultura pop tanto na música quanto no estilo. O vilão é a caricatura daquele tempo, tanto na guitarra-teclado que só dispara acordes conhecidos, quanto na própria maneira de se vestir. Sabe aquela pessoa que está presa ao passado e não consegue se desvencilhar? Esse é Evill Bratt. Desde as ombreiras, ao corte de cabelo no estilo mullet, passando por um vistoso, porém brega, bigode, até na forma com que pratica suas ações criminosas: ao som de canções emblemáticas de sua época tocadas por um anacrônico walkman. Temos o melhor vilão da série, sem dúvida. Michael Jackson, Dire Straits e tudo que temos direito dominam as caixas de som da sala de cinema e agradam aos fãs da boa música, dos saudosistas ao contemporâneo, uma vez que Pharrel Williams volta inspirado a compor uma canção original para a saga – “There's Something Special” - o que já aconteceu com enorme sucesso com “Happy” no capítulo anterior. 

Divertido, colorido e despretensioso essa é uma daquelas animações que agradam, com a mesma intensidade, o público adulto e o infanto-juvenil, na medida, já que os Minions continuam aprontando todas sempre que surgem em cena. A criançada vai ao delírio com as desventuras de Mel, Kevin e toda a trupe. Interessante perceber que Margot, Edith e Agnes seguem com a mesma idade, não houve salto temporal, o que justifica a atenção que o script oferece à caçula. Meiga até não poder mais, Agnes arranca suspiro da plateia toda vez que exala fofura em suas atitudes. 

E é por tudo isso que afirmo: nem só de Pixar e Disney vive um cinéfilo...


*Avaliação: 5,0 pipocas + 4,0 rapaduras = nota 9,0.  

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