domingo, 7 de agosto de 2011

EM CARTAZ: CAPITÃO AMÉRICA - O PRIMEIRO VINGADOR


A Marvel deixa o terreno preparado para Os Vingadores.
Rafael Morais
07 de agosto de 2011.

Por ser uma produção estadunidense, o herói "bandeiroso" era uma incógnita para o estúdio, haja vista o desprestígio e os inimigos que os Estados Unidos "ganharam" ao longo do tempo. O contexto histórico não ajudava, o título muito menos, ou seja, tudo caminhava para o  fracasso total. Contudo, um roteiro bem trabalhado, um elenco afinado e uma ação na medida guinaram o quase inevitável insucesso para um resultado convincente e acima da média.

O "tabuleiro" estava pronto, mas faltava o primeiro, o super-herói primogênito da Marvel. E veio, ambientada na Segunda Guerra Mundial, a trama de Capitão Amércia - O Primeiro Vingador dá ao longa uma liberdade narrativa-histórica vista apenas no excelente Homem de Ferro. 

No que pese o quinto filme do Marvel Studios continuar amarrando os personagens mitológicos das HQ's. Desta feita, a preocupação central é a história e o desenvolvimento de Steve Rogers - O Capitão América (Chris Evans). O jovem ator deixa de lado as medíocres atuações, que lhes eram peculiares - Evans já havia atuado em Quarteto Fantástico 1 e 2 como o Tocha-Humana - assim como as performances caricaturescas que viraram a sua marca registrada, para dar vida a um franzino homem que tenta a todo custo se tornar um soldado.

O raquitismo de Rogers é assustador, até porque sabemos que mais à frente aquele será um herói fortemente musculoso, e isso só foi possível graças à tecnologia digital empregada em O Curioso Caso de Benjamin Button. Não menos interessante é acompanhar a trajetória de redenção do aspirante desacreditado em o escolhido a ser o super-soldado - projeto do governo para criar um futuro exército da mesma estirpe - e mesmo quando há a transformação (física, material e valorativa) de Steve Rogers para Capitão América, a sua bravura e humildade continuam intactas.

As semelhanças entre o longa e Indiana Jones e Os Caçadores da Arca Perdida não são mera coincidência, pois não custa lembrar que o diretor Joe Johnston já trabalhou com Steven Spilberg, como técnico de efeitos especiais, em o próprio Caçadores da Arca e herdou a terceira parte da franquia Jurassic Park, sem falar que já havia trabalhado com George Lucas em Star Wars.  Por isso, vez ou outra durante a projeção temos um deslumbre daquele estilo de filmar de Spilberg, principalmente os efeitos e a fotografia inteligentemente escolhida.

Muito embora alguns tenham achado desnecessária a parte em que o Capitão América é apresentado ao grande público como uma jogada de marketing, estrategicamente pensado como uma figura para arrecadar dinheiro/títulos de guerra e recrutar mais soldados, a nosso ver, aquela musiquinha chata e toda a encenação que o super-soldado tinha que encarar faziam parte de um roteiro cujo objetivo é desmascarar um pouco a América como heroína e fazer um contraponto daquela ideia de que os norte-americanos são ingênuos e nunca se aproveitariam de uma situação. Mérito da produção que teve a coragem de criticar a sua própria nação. Comprei a ideia, logo de cara.

Quanto ao vilão, o Caveira Vermelha (Hugo Weaving) não é bem explicado como deveria, tanto no seu início quanto no desfecho, que além de tudo é mal resolvido. Ao ver o Caveira Vermelha, líder da Hidra (organização nazista) assumindo a sua verdadeira identidade, logo me remeteu ao Homem Aranha de Sam Raimi, quando o vilão do aracnídeo, o Duende Verde apareceu com aquela fantasia de festa de Halloween. Parece brincadeira, mas não me parece acertada a ideia de adaptar alguns nemesis em live-action, pois nem todos têm um resultado convincente. Às vezes tenho a estranha sensação de estar assistindo a um episódio de Power Rangers. Um pouco de realismo e embate final entre vilão e herói não fazem mal a ninguém, e faltou isso no filme. Ah, faltou! 

Trailer legendado:
                 

PS: As cenas pós-créditos reservam o teaser trailer de Os Vingadores.


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