sexta-feira, 5 de agosto de 2011

DOCUMENTÁRIO: FOO FIGHTERS - BACK AND FORTH


Entre idas e vindas, o Foo Fighters se consolida como uma das maiores bandas de rock da atualidade. 
Rafael Morais
29 de julho de 2011.

É inevitável falar de Foo Fighters sem fazer referência à Nirvana, pois o antigo baterista da banda de Kurt Cobain se transformou no líder (vocalista, compositor e guitarrista) dessa explosão de som e energia que é o Foo Fighters. Dave Grohl tinha muita história para contar. E contou no interessante documentário Back and forth, que narra a trajetória dele e do grupo que ele, literalmente, chama de seu, com direito ao entra e sai de músicos, até se chegar à atual formação. Prepare-se para um documentário histórico que reúne "doses" de emoção, "tragos" de superação e "overdose" de rock'n roll


Na cronologia do documentário, os primeiros minutos são reservados, de maneira acertada, ao Nirvana, porque não dizer a Kurt Cobain. O smell like tenn spirit paira no ar, e os fãs desse grupo, que criou e lançou o grunge, tendem a se emocionar junto com Grohl, que narrando e tentando engolir o choro, descreve os seus últimos momentos ao lado de Cobain. "Não morra, meu amigo! Não faça mais aquilo!". Esse é um trecho de uma das conversas de Dave com Kurt internado em um hospital pouco depois de o vocalista sofrer uma overdose por heroína. Não teve jeito, todos conhecemos como terminou prematuramente, aos 24 anos, a carreira do talentoso roqueiro.


Mas o que importa no projeto é saber como cresceu a banda, e nesse contexto Back and forth não deixa a desejar, nem tecnicamente, uma vez que é bem editado e tem ótimo ritmo, muito menos na escolha das histórias, fazendo com que o argumento impeça o espectador de se entregar ao tédio. O conteúdo deixa transparecer muita sinceridade por parte de todos os participantes, incluindo alguns músicos, que deixaram a banda por desentendimento com Grohl.


Sem medo de ser feliz, Dave Grohl não se importa de deixar claro quem manda no atual grupo, que nasceu a partir de uma despretensiosa fita demo, na qual Grohl toca todos os instrumentos, em músicas que havia composto e nunca tinham sido gravadas.


Outros pontos altos do filme são o inesquecível show no estádio de Wembley e os takes feitos durante a gravação de Wasting light, num estúdio improvisado na garagem da casa de Grohl, com equipamento totalmente analógico e com direito a interferências até da filha do cantor: "Você prometeu que me levaria para a piscina", diz a menina, ao cutucar o ombro do pai, enquanto ele tentava inserir sua guitarra em uma das faixas. Informalidade total, num ambiente totalmente familiar e intimista. É na mesma garagem/estúdio que Grohl reencontra o velho companheiro de Nirvana Krist Novoselic, convidado para tocar baixo em uma das faixas do novo álbum. 


O álbum feito com a alma e arrancado das "entranhas" dos seus integrantes, como não poderia deixar de ser, ficou um primor. Dos riffs poderosos das três guitarras, passando pelos acordes envenenados do baixo, culminando nas batidas harmônicas da percussão. O resultado desse mix é um som fantástico e único.  


Enfim, em Back and forth, não há problema em se revelar o fim do filme: uma apresentação ao vivo, em clima de ensaio, gravada em 3D, tocando a íntegra de Wasting light, sem plateia e interrupções. Um deleite para os fãs.
No memorável show do estádio Wembley, Grohl se pergunta: " Como essa banda cresceu tanto? Alguém pode me responder? " Eu respondo: o Foo Fighters elevou o patamar do estilo grunge a níveis inimagináveis.

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