Em "Mad Max - Estrada da Fúria" temos o retorno da franquia após longos 30 anos do último filme. Película visualmente arrebatadora, que tem no seu ponto alto as alucinantes perseguições de carros, com efeitos especiais práticos em sua grande maioria, trazendo uma aura saudosista para os que curtem um cinema verossímil. Não foi à toa os 200 milhões de dólares investidos.
Por sua vez, a direção de George Miller, no alto dos seus setenta anos, é paradoxalmente revitalizante em sua maneira de filmar o gênero de ação, conseguindo, ao mesmo tempo, ser eletrizante e contemplativo nas belas tomadas de cenas/imagens que evocam muito mais que mil palavras.
Assim, esse novo "Mad Max" é um western num futuro distópico interessantemente atual ao flertar com temas da nossa realidade, apesar de trazer figuras insanas e grotescas condizentes com aquele submundo.
Destaque para a caprichada direção de arte que ambienta o espectador no universo pós-apocalíptico proposto. Aliás, a fotografia traduz bem o amarelo desértico e causticante do dia, contrapondo o azul acinzentado quando a noite cai. Não menos interessante é a trilha sonora que permeia entre o clássico/erudito e o rock heavy metal diegético com uma pegada metalinguística ao trazer um personagem tocando uma guitarra explosiva pendurado em um paredão de som. Sim, Miller destrói e constrói essas personas, harmoniosamente, dentro do contexto ali apresentado.
Contudo, se dessa vez temos um esforçado e talentoso Tom Hardy no lugar do carismático Mel Gibson, ganhamos a presença de Charlize Theron em uma atuação tão forte que coloca o Max como coadjuvante de luxo para os planos da protagonista.
Para os fãs da saga, fiquem tranquilos: Mad Max voltou em grande estilo e sua mitologia foi integralmente respeitada.
*Avaliação: 5,0 pipocas + 4,5 rapaduras = nota 9,5.