Por Bôscoly Morais, Leandro Nacle, Rafael Morais e Emanuel Carvalho.
Rafael Morais
30 de setembro de 2012.
ESPECIAL CINEMA NACIONAL - Nesta edição, os amantes da sétima arte recebem a visita do professor Bôscoly Morais para falar sobre o cinema tupiniquim. Assistam e participem da nossa "PROMO COMPARTILHAMENTO" e concorra a brindes personalizados.
Confira agora o filme que chega às telas em 28 de setembro.
Looper - Assassinos do Futuro
No
futuro, a investigação policial é tão avançada que nenhum homicídio fica
impune. A única maneira encontrada pela máfia de eliminar seus desafetos é
enviá-los ao passado, onde um matador de aluguel já espera, com a arma
engatilhada, a vítima da vez. Joe (Joseph Gordon-Levitt) é um desses matadores,
conhecidos como Loopers. Os problemas de Joe começam quando ele é escalado para
assassinar seu eu do futuro (Bruce Willis).
Ação - EUA, 2012. Direção: Rian Johnson. Elenco: Bruce Willis, Joseph Gordon-Levitt, Emily Blunt, Jeff Daniels, Piper Perabo, Noah Segan, Paul Dano.Duração: 118 minutos. Classificação: 16 anos.
O site Fibers, especializado na confecção de roupas juvenis personalizadas, elaborou um curioso poster com 40 camisetas emblemáticas vistas no cinema dos anos 1950 até os dias atuais. Algumas são facilmente identificáveis, outras só o mais nerd dos cinéfilos será capaz de descobrir a qual filme pertencem. Confiram acima.
O gabarito:
1. Um Bonde Chamado Desejo 2. Juventude Transviada 3. Um Estranho no Ninho 4. Nos Tempos da Brilhantina 5. Os Muppets 6. Pequena Miss Sunshine 7. Juno 8. Se Beber, Não Case! 9. Karatê Kid 10. Loucademia de Polícia 11. A Vingança dos Nerds 12. Academia de Gênios 13. O Garoto do Futuro 14. Goonies 15. Curtindo a Vida Adoidado 16. Segurando as Pontas 17. Superbad 18. Bill e Ted – Uma Aventura Fantástica 19. Nosso Querido Bob 20. Quanto Mais Idiota Melhor 21. Eu os Declaro Marido e…Larry 22. Jovens, Loucos e Rebeldes 23. Pulp Fiction 24. Debi e Lóide 25. O Balconista 26. Barrados no Shopping 27. Tá Rindo do Que? 28. Scott Pilgrim Contra o Mundo 29. Trainspotting – Sem Limites 30. Um Maluco no Golfe 31. Grande Lewboski 32. Clube da Luta 33. Cara, Cadê Meu Carro? 34. Náufrago 35. Ghost World – Aprendendo a Viver 36. Dias Incríveis 37. Napoleão Dinamite 38. Madrugada Muito Louca 39. Todo Mundo Quase Morto 40. O Virgem de 40 anos
Deputado que levou o filho de 11 anos aos cinemas para ver Ted - classificação de 16 - pretende censurar o filme para todas as idades.
Rafael Morais
26 de setembro de 2012.
*Fonte: revistamonet.globo.com
Indignado após levar seu filho a um filme que, segundo ele, faz “apologia” às drogas, o deputado federal Protógenes Queiroz (PC do B-SP) entrou em uma guerra particular, que ele pretende levar aos “meios legais”, contra o ursinho Ted, que estreou nos cinemas brasileiros na última sexta-feira (21). O “pequeno Juan”, como descrito pelo deputado a partir de sua conta no Twitter, tem 11 anos. Ted, somente para constar, tem classificação etária de 16 anos. Mas para não haver mais confusão entre um simpático cartaz de um filme protagonizado por um urso de pelúcia e seu conteúdo inadequado, fizemos uma seleção de ursos cinematográficos que podem ser igualmente prejudiciais às crianças e pais desavisados. Confira. _ Zé Colméia, o Filme _ Apologia ao roubo, malandragem e mentiras sinceras. Sem contar que para assaltar os lanches do parque Jellystone, ele ainda alicia o pequeno Catatau. Ou seja, formação de quadrilha e possível exploração de menores. _
Winnie the Pooh – O Filme _
Também conhecido por aqui como o Ursinho Pooh (ou Ursinho Puff). Apologia à depressão e ao vício. E ainda que este vício seja por uma substância lícita, o mel, ela possivelmente pode levar o indivíduo à diabetes.
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Kung Fu Panda _
Apologia à obesidade e ao bullying. O urso come sem parar e, por isso, chega a ser violentamente rejeitado pelos chamados Cinco Furiosos, seus coleguinhas de classe de Kung Fu.
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Irmão Urso _
Apologia à violência familiar e, sobretudo, ao ataque contra animais. Após se transformar em urso, humano é perseguido por seu irmão, que vê nele somente uma ameaça. PETA e Greenpeace de olho!
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Valente _
Apologia à malcriação. Tanto da protagonista, que termina transformando sua mãe em urso, quanto de seus irmãos mais novos, que aprontam todas e terminam virando ursos também. Um pesadelo.
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Menino Mogli _
Apologia ao abandono familiar, ao naturalismo e a essa turma hippie que acha que tudo é paz & amor. E Baloo, o urso que protege o menino Mogli, é meio bobão, o que no mundo capitalista e competitivo de hoje pode se tornar um problema.
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Toy Story 3 _
Apologia à máfia, à formação de quadrilha e à estratificação social. O urso Lotso cria um tipo de apartheid entre os brinquedos e, rancoroso, coloca Woody e sua turma em risco de morte.
Seth MacFarlane esbanja originalidade e irreverência em sua primeira incursão nas telonas.
Rafael Morais
25 de setembro de 2012.
Não acredito que estou rindo disso... Foi assim que me peguei pensativo em vários momentos da projeção. Isso não quer dizer que as gags são sem graça. É que o humor ácido, característico do gênero politicamente incorreto, traz uma interessante reflexão por trás das piadas, seguido de um estranho sentimento de culpa por se pegar chorando de rir daquelas situações.
E emTed tudo soa como "mote" para uma piada. Mas isso não é à toa, pois o cara que está no comando do roteiro e da direção é ninguém menos que Seth MacFarlane. Sim, a cabeça "cômico-doentia", responsável pelo sucesso televisivo Uma Família da Pesada (Family Guy), estreia na sétima arte destilando o seu veneno de lobo na pele de um ursinho fofinho e felpudo.
O filme conta as desventuras de uma insólita amizade entre John (o multifacetado, Mark Wahlberg), no papel de um infantilizado homem de 35 anos, e Ted, um ursinho de pelúcia que ganhou vida após um desses típicos milagres natalinos. Fechando o triângulo amoroso, importante elemento que vai impulsionar a história ao criar um arco interessante para o desfecho dos atos, está a bela Mila Kunis(Cisne Negro) no papel de Lori, a namorada de John.
Na verdade, MacFarlene aproveita a sua primeira experiência nas telonas para mostrar todas as suas referências da cultura pop, tanto de cinema quanto de música. Perceba as diversas homenagens inseridas na trama de maneira harmônica, como Apertem os Cintos o Piloto Sumiu, Star Wars (os brinquedos e ringtones), Embalos de Sábado à Noite, e a melhor de todas, em minha opinião, que é a homenagem a Indiana Jones, não só pelo cartaz exposto no quarto do pequeno John, mas também em outra sequência.
Nessa pegada, acredito que um roteiro original faz falta ao cinema contemporâneo, seja pelo sem número de adaptações de qualquer livro best-seller (a famigerada Saga Crepúsculo, por exemplo), seja pela preguiça dos roteiristas e cineastas em apenas reescrever/refilmar o que já fez sucesso. O fato é que a já famosa sequência - haja vista que o filme estreou há pouco mais de uma semana - da inimaginável briga entre John e Ted, traz uma grata surpresa e sobre-fôlego ao gênero de comédia. De todo modo, o cinema, como arte que é, não deve se conter com o tangível/palpável. Quando solta-se a imaginação, com certeza ela não voltará desacompanhada, ao seu lado estarão de "mãos dadas" a criatividade e o ineditismo.
Contudo, apesar da fórmula comédia-romântica do roteiro, Tedconsegue arrancar boas gargalhadas do público. Piadas que envolvem o Twitter, a Hasbro (fabricante de brinquedos) e o tosco Flash Gordon (seriado trash dos anos 80), denotam um humor feito por nerds e para eles. MacFarlane e seus habituais comparsas de Family Guy, Alec Sulkin e Wellesley Wild, acertam a mão e provam seu ótimo timming cômico em situações hilárias, surrealistas ou simplesmente escatológicas, chegando ao limite do aceitável.
A propósito, o surreal é algo constante no filme. Desde os minutos iniciais até o encerramento, temos a sensação de estar diante de algo totalmente inconcebível e fora da realidade. E é exatamente isso que ajuda a ludibriar o espectador, uma vez que o surrealismo, querendo ou não, humanizar ou tenta "suavizar" as atitudes do fuleiro ursinho, quando faz as suas piadas pesadas, usa drogas ou transa com prostitutas. Observe que as mesmas piadas de mau gosto feitas pelo inescrupuloso chefe de Lori, soam inadmissíveis e repugnantes, ao passo que quando é o bichinho de pelúcia que as faz uso, nos divertimos e deixamos a ética ou moral em segundo plano.
Ao final, não se julgue por rir de piadas sobre o 11 de Setembro, flatulências (tão difícil de funcionar nas comédias), de cunho xenofóbico, anti-semita ou racista, já que fazemos parte de uma sociedade hipócrita e extremamente preconceituosa. O humor negro, ou politicamente incorreto, expõe as feridas sociais, fazendo paródias e pondo o dedo em cima, portanto, ficará por nossa conta fechá-las, ou não.
Quando se solta a imaginação, com certeza ela não voltará desacompanhada, ao seu lado estarão de "mãos dadas" a criatividade e o ineditismo.
ESPECIAL - DAVID CRONENBERG Nesta edição falamos sobre os principais filmes da carreira desse cultuado diretor, como "A Mosca", "Videodrome" e "Marcas da violência", entre outros.
Confira agora os filmes que chegam às telas em 21 de setembro.
Dredd
Joe Dredd (Karl Urban) é um dos mais temidos juízes nas ruas de Mega City One, com o poder de impor a lei, sentenciar os criminosos e executá-los no local, quando necessário. Já Cassandra Anderson (Olivia Thirlby) nunca conseguiu passar no teste para tornar-se uma juíza, mas é aceita como recruta da corporação por seu excepcional poder de ler mentes. Os dois se unem numa missão: invadir o gigantesco bloco residencial Peach Trees, onde o bando de Ma-Ma (Lena Headey) controla a produção da droga do momento, a Slo-Mo.
Ação - EUA/Reino Unido/Índia, 2012. Direção: Pete Travis. Elenco: Karl Urban, Olivia Thirlby, Lena Headey, Domhnall Gleeson, Santi Scinelli, Wood Harris, Rakie Ayola. Duração: 95 min. Classificação: 18 anos.
Ted
Um cara normal de Boston (Mark Wahlberg) que na infância desejou que seu urso de pelúcia ganhasse vida viu esse sonho se realizar. O problema é que o urso, desbocado e folgado, que o tem acompanhado a vida toda, começa a complicar a sua rotina de adulto.
Comédia - EUA, 2012. Direção: Seth MacFarlane. Elenco: Mark Wahlberg, Mila Kunis, Seth MacFarlane, Giovanni Ribisi, Joel McHale, Patrick Warburton, Matt Walsh, Jessica Barth, Patrick Stewart. Duração: 106 minutos. Classificação: 16 anos.
Poder Paranormal
Margaret Matheson (Sigourney Weaver) é uma professora de psicologia que, em parceria com o seu ajudante, Tom Buckley (Cillian Muprhy), tenta desmascarar supostos psíquicos. O caminho dos dois se cruza com o de um vidente cego renomado mundialmente, Simon Silver (Robert De Niro), que reaparece depois de 30 anos afastado da mídia.
Assista ao novo trailer legendado de “O Hobbit – Uma Jornada Inesperada”!
Rafael Morais
19 de setembro de 2012.
Como parte das comemorações da Semana Tolkien, que começou na segunda-feira (17) e e celebra os 75 anos de lançamento do livro O Hobbit em 21 de setembro, o diretor Peter Jackson e a New Line divulgaram um novo trailer de O Hobbit – Uma Jornada Inesperada. O longa é o primeiro de uma trilogia que adapta para às telonas o prólogo de “O Senhor dos Aneis”.
Na história, o mago Gandalf (Ian McKellen) e treze anões que lhe acompanham contratam Bilbo Bolseiro (Martin Freeman) para uma jornada até a Montanha Solitária, onde tentarão recuperar os pertences dos anões que foram roubados pelo dragão Smaug (voz de Benedict Cumberbatch). É nessa aventura que Bilbo encontra o Um Anel que desencadeia os eventos de “Senhor dos Aneis”.
A prévia promete muita aventura. Confira:
O Hobbit – Uma Jornada Inesperada estreia em 14 de dezembro. A segunda parte, “O Hobbit – A Desolação de Smaug”, será lançado em 13 de dezembro de 2013. O último filme, “O Hobbit – Lá e de Volta Outra Vez” chega aos cinemas em 18 de julho de 2014, encerrando a trilogia.
"Dramédia" enfoca as complicações de um adulto: seus ressentimentos, culpas e responsabilidades.
Rafael Morais
18 de setembro de 2012.
Tomando como pano de fundo um problema aparentemente banal – uma briga entre dois adolescentes - Carnage, traduzido por aqui como O Deus da Carnificina - novo trabalho do festejado cineasta Roman Polanski (“O Escritor Fantasma”, "O Bebê de Rosemary") revela, de forma cínica e dissimulada, a hipocrisia dos adultos que fingem respeitar as regras sociais, sejam elas consuetudinárias, positivadas ou naturais em prol de uma utópica civilidade, sem, para tanto, deixar de olhar somente para o próprio umbigo. O longa-metragem é baseado no espetáculo teatral “Le Dieu du Carnage”, escrita pela francesa Yasmina Reza (que também assina o roteiro ao lado do diretor). Inclusive, a título de curiosidade, já houve algumas montagens dessa peça aqui no Brasil, e uma delas estrelada por Júlia Lemmertz, Deborah Evelyn, Paulo Betti e Orã Figueiredo.
A trama apresenta dois casais que se encontram para resolver um incidente protagonizado por seus filhos pequenos: um deles agrediu o outro em uma briga na praça. E acredite: a partir desse fato trivial, suscitarão questões das mais amplas sobre as relações humanas. A história desse quarteto, que começa com essa simples briga entre os seus filhos, termina em diálogos estressados e ironicamente divertidos, na tentativa dos pais resolverem o famigerado incidente com as crianças.
Assim, temos de um lado, os "elitizados" Allan Cowan (Christoph Waltz, “Bastardos Inglórios”), um arrogante advogado e sua esposa Nancy (Kate Winslet, “Contágio”), uma corretora de investimentos; do outro, os classe média Michael Longstreet (John C. Reilly, “Precisamos Falar Sobre o Kevin”), um vendedor de utensílios domésticos casado com Penelope (Jodie Foster, “Um Novo Despertar”), uma dona de casa que sonha em ser uma escritora.
O circo está armado a partir do momento em que os casais se encontram para conversar e "resolver" a lide. A diplomacia e cordialidade, constantes no início do embate, logo deixam de ser regras, transformando-se numa lavagem de roupa suja, à medida que as diferentes opiniões entre os personagens vêm à tona e o falso clima de harmonia se dissipa. Verdades dolorosas são ditas no transcorrer que a conversa principal - bullying – evolui para questões variadas como cultura, educação, remédios, crueldade animal e comportamento social.
O elenco está soberbo! Afiados e afinados, os atores entregam atuações irreverentes e memoráveis, ao passo que ajudam a pontuar o limite entre teatro e cinema, como estilos narrativos totalmente discrepantes que são. Apesar dessa diferenciação, a atmosfera teatral permeia o longa, muito por conta do cenário – toda a ação acontece no apartamento dos Longstreet – como também pela direção de arte, ao inserir objetos típicos e cotidianos dos personagens. Muito embora essas limitadas marcações de cena pudessem soar incômodas, isso não acontece, muito pelo contrário, funciona sobremaneira, quando ajuda a rivalizar os personagens, cada um com os seus conflitos, inseridos naquele "campo de batalha" improvisado.
Dessa forma, Carnage - O Deus da Carnificina é um grande filme, apesar dos seus modestos e bem distribuídos 80 minutos de duração. Irônico, hilário, reflexivo e controverso, o longa alfineta e critica, até não poder mais, a sociedade pseudo-civilizada que vive de
aparências. Ao final, percebemos o quão complicado e repleto de culpas e ressentimentos nós, adultos, somos.
Confira agora os filmes que chegam às telas em 14 de setembro
Resident Evil 5 - Retribuição
No quinto filme da série, Alice (Milla Jovovich) se vê presa num complexo da Corporação Umbrella sob uma geleira na Rússia, e precisa contar com uma aliança até então improvável para continuar combatendo a infestação zumbi e os planos de controle global da organização.
Ação/Horror - (Resident Evil: Retribution) EUA, 2011. Direção: Paul W.S Anderson. Elenco: Milla Jovovich, Michelle Rodriguez, Sienna Guillory, Shawn Roberts, Li Bingbing, Johann Urb, Boris Kodjoe, Oded Fehr, Kevin Durand. Duração: 95 minutos. Classificação: 16 anos.
Vizinhos Imediatos de 3º Grau
Um grupo que faz a vigilância da vizinhança descobre, durante a ronda, um plano alienígena que pode destruir o planeta.
Comédia - (The Watch) EUA, 2012. Direção:Akiva Schaffer. Elenco: Ben Stiller, Vince Vaughn, Jonah Hill, Richard Ayoade, Rosemarie DeWitt, Will Forte.Duração: 102 minutos. Classificação: 12 anos.
Adaptações de games ganham posters feitos por fãs.
Rafael Morais
12 de setembro de 2012.
Hollywood já namora com a indústria de videogames há algum tempo, mas ainda está devendo aos fãs/usuários um filme decente. Mesmo assim, esta turma não perde a esperança de ver aquele jogo favorito adaptado com fidelidade.
“Red Dead Redemption” com Brad Pitt? “Alan Wake” dirigido por Christopher Nolan? Tom Hardy como o Kratos de “God of War”? O site Dailydip garimpou no Devianart uma seleção de posters bem interessantes imaginados por gamers designers. Separei abaixo os mais legais:
"Pague o preço" das suas decisões. Por Rafael Morais 09 de setembro de 2012.
Medo da Verdade é a primeira incursão de Ben Affleck por trás das câmeras, revelando um futuro promissor ao novel cineasta, que dirigiu o não menos brilhante Atração Perigosa (2010) e agora faz sucesso com Argo (2012), cuja estreia aqui no Brasil está prevista para novembro deste ano.
A trama acompanha um casal de detetive particular designado para investigar o misterioso desaparecimento da pequenaAmandaMcCready(Madeline O'Brien). Assim, quando começam as buscas, eles descobrem que nada no caso é o que parece ser. Em última instância, os dois terão de arriscar tudo o que têm de mais valioso - as suas relações afetivas, suas saúdes mentais e até mesmo as próprias vidas - para encontrar a verdade sobre a menina desaparecida.
O roteiro escrito a duas mãos (Ben Affleck e Aaron Stockard) e baseado no livro de DennisLehane (autor de Sobre Meninos e Lobos, adaptação premiada de Clint Eastwood em 2003), é conduzido de forma crescente, demonstrando superficialidade no início e ganhando fôlego no decorrer da narrativa.
O elenco, por sua vez, dá a sua contribuição para entregar um desfecho genial e segurar o espectador durante as suas quase duas horas de duração. Casey Affleck - irmão do diretor - segura perfeitamente o papel do protagonista, não tendo que provar mais nada quanto ao seu talento na arte de atuar, já que no noirO Assassino em Mim (2010) o cara se superou. Temos também o sempre competente Morgan Freeman, vivendo um chefe de polícia de uma divisão de antissequestros especializada em casos que envolvem crianças. Sem esquecer da marcante atuação de Ed Harris, bem comoda indicada ao Oscar como atriz coadjuvante, Amy Ryan, na pele da mãe tão despreparada quanto desesperada da pequena Amanda.
O filme ganha contornos tridimensionais, no que tange a realidade, evidenciando-se como um verdadeiro estudo de personagens. Affleck, introduz gradativamente o espectador na teia de intrigas e interesses, realizando, para isso, uma montagem eficiente e inteligente. Perceba que os guetos, os bares escuros e repletos de "criaturas" conflituosas ajudam a montar o universo sugerido. É tanto que quando Patrick (Casey) sai de um bar, há o contraste abrupto com a luz do dia, fazendo-nos pensar que dentro do ambiente em que se encontrava, claustrofóbico e ameaçador, estava em plena e perigosa madrugada, tamanha é a escuridão do local e obscuridão de seus frequentadores.
É certo que o longa poderia perfeitamente se chamar Medo da Culpa, pelo menos na nossa tradução, pois o que se percebe, ao final, é que todos, sem exceção, agem e são movidos para que mais cedo ou mais tarde não se sintam culpados por seus atos ou omissões. Com um desfecho ensejador de discussões éticas, sociais, legais e até morais, dividindo as opiniões dos espectadores, constatamos que o "herói" honesto e íntegro, tem nessas qualidades uma relativização da sociedade. O encerramento traz consigo o peso das escolhas e suas consequências, carregando nos personagens a incerteza do que o amanhã lhes reservará.