quinta-feira, 13 de março de 2025

EM BREVE na HBO MAX e PRIME VIDEO - Acompanhante Perfeita

Por Isa Barretto

Já imaginou um relacionamento onde o parceiro sempre te entende, nunca discorda e está ali para te satisfazer em todos os sentidos? Parece o sonho perfeito, né? Mas e se esse "parceiro" for, na verdade, um programa de inteligência artificial arquitetado para atender aos seus desejos sem questionar? É exatamente essa a premissa de Acompanhante Perfeita (Companion), filme dirigido por Drew Hancock, que mistura ficção científica e terror para entregar uma história surpreendente e inquietante.

O protagonista, Josh (Jack Quaid), tem tudo o que quer em Iris (Sophie Thatcher). Ela é linda, dedicada e incapaz de dizer "não". O detalhe? Ela não tem escolha. É um ser artificial programado para obedecê-lo sem questionar, mesmo quando ele a conduz a ultrapassar limites impensáveis, transformando-a em uma peça de seu próprio jogo manipulador. É a partir desse momento que o filme toma um rumo intenso, revelando não apenas a crueldade de Josh, mas também o quanto essa dinâmica reflete um ciclo de abuso real.

O que torna Acompanhante Perfeita tão envolvente é como a história brinca com a tensão. A direção de Hancock sabe exatamente como segurar o espectador, com uma atmosfera cada vez mais sufocante à medida que Iris começa a perceber que está presa em uma relação doentia. O terror aqui não se apoia em sustos previsíveis, mas na inquietação crescente de que algo está profundamente errado – e na percepção de que essa dinâmica de controle e submissão está mais próxima da nossa realidade do que gostaríamos de admitir.

E aí vem o grande ponto do filme: quando Iris finalmente tem a chance de tomar uma decisão por si mesma, o que a impede?O que a faz continuar presa ao mesmo homem que a explorou e usou para seus próprios interesses? Essa é uma questão brutalmente real. Quantas mulheres, mesmo sem serem controladas por IA, permanecem em relações tóxicas por medo, dependência emocional ou até por acreditarem em um amor que nunca existiu?

Companion entrega um filme que, além de entreter, dá aquele soco no estômago. É sobre controle, submissão e a ilusão do "amor perfeito". E, no final, a maior reflexão fica para o espectador: se alguém pudesse criar um parceiro sob medida, sem vontades próprias, o que isso revelaria sobre sua verdadeira natureza?

Enfim, uma experiência intensa, que vale cada minuto.

*Para quem perdeu nos cinemas, a chance de assistir está chegando! Em breve, ‘Acompanhante Perfeita’ nos melhores streamings. Fique de olho!"


 

domingo, 2 de março de 2025

PALPITES OSCAR 2025

 

Por Rafael Morais e Isa Barretto

Como de costume, seguem os nossos palpites nas principais categorias. Serão divididos em "na torcida, quem ganha e correndo por fora". Façam suas apostas...


MELHOR FILME (Rafael Morais)

Na torcida - Duna Parte 2

Quem ganha - O Brutalista

Correndo por fora – Anora


MELHOR FILME (Isa Barretto)

Na torcida - A Substância 

Quem ganha - O Brutalista 

Correndo por fora – Anora


DIRETOR (Rafael Morais)

Na torcida – Coralie Fargeat (A Substância)

Quem ganha - Brady Corbet (O Brutalista)

Correndo por fora – Sean Baker (Anora)


DIRETOR (Isa Barretto)

Na torcida – Coralie Fargeat (A Substância) 

Quem ganha - Brady Corbet (O Brutalista)

Correndo por fora – Sean Baker (Anora)


ATOR (Rafael Morais)

Na torcida – Adrien Brody (O Brutalista)

Quem ganha – Adrien Brody (O Brutalista)

Correndo por fora - Ralph Fiennes (Conclave)


ATOR (Isa Barretto)

Na torcida – Ralph Finnes (Conclave)

Quem ganha – Adrien Brody (O Brutalista)

Correndo por fora - Timothée Chalamet (Um Completo Desconhecido)


ATRIZ (Rafael Morais)

Na torcida – Fernanda Torres (Ainda Estou Aqui)

Quem ganha - Demi Moore (A Substância)

Correndo por fora - Mikey Madison (Anora)


ATRIZ (Isa Barretto)

Na torcida – Fernanda Torres (Ainda estou aqui)

Quem ganha - Demi Moore (A Substância)

Correndo por fora - Mikey Madison (Anora)


ATOR COADJUVANTE (Rafael Morais)

Na torcida – Yura Borisov (Anora)

Quem ganha - Kieran Culkin (A Verdadeira Dor)

Correndo por fora – Kieran Culkin (A Verdadeira Dor)


ATOR COADJUVANTE (Isa Barretto)

Na torcida – Yura Borisov (Anora)

Quem ganha - Kieran Culkin (A verdadeira Dor)

Correndo por fora – Kieran Culkin (A verdadeira Dor)


ATRIZ COADJUVANTE (Rafael Morais)

Na torcida - Ariana Grande (Wicked)

Quem ganha - Zoe Saldaña (Emilia Pérez)

Correndo por fora - Felicity Jones (O Brutalista)


ATRIZ COADJUVANTE (Isa Barretto)

Na torcida - Ariana Grande (Wicked)

Quem ganha - Zoe Saldaña (Emilia Pérez)

Correndo por fora - Felicity Jones (O Brutalista)


ROTEIRO ADAPTADO (Rafael Morais)

Na torcida – Conclave

Quem ganha - Conclave

Correndo por fora - Conclave


ROTEIRO ADAPTADO (Isa Barretto)

Na torcida – Conclave

Quem ganha - Conclave

Correndo por fora - Conclave


ROTEIRO ORIGINAL (Rafael Morais)

Na torcida – A Substância 

Quem ganha – O Brutalista

Correndo por fora - Anora


ROTEIRO ORIGINAL (Isa Barretto)

Na torcida – A Substância 

Quem ganha – Anora 

Correndo por fora - O Brutalista 


TRILHA SONORA ORIGINAL (Rafael Morais)

Na torcida – O Robô Selvagem

Quem ganha - O Brutalista

Correndo por fora – Wicked


TRILHA SONORA ORIGINAL (Isa Barretto)

Na torcida – Robô Selvagem 

Quem ganha - Wicked 

Correndo por fora – O Brutalista 


FILME INTERNACIONAL (Rafael Morais)

Na torcida – Ainda Estou Aqui

Quem ganha – Ainda Estou Aqui

Correndo por fora – Ainda Estou Aqui


FILME INTERNACIONAL (Isa Barretto)

Na torcida – Ainda Estou Aqui

Quem ganha – Ainda Estou Aqui

Correndo por fora – Ainda Estou Aqui


ANIMAÇÃO (Rafael Morais)

Na torcida – O Robô Selvagem 

Quem ganha - O Robô Selvagem

Correndo por fora - Flow


ANIMAÇÃO (Isa Barretto)

Na torcida – O Robô Selvagem 

Quem ganha - O Robô Selvagem

Correndo por fora - Flow


FIGURINO (Rafael Morais)

Na torcida – Wicked

Quem ganha – Wicked 

Correndo por fora – Wicked


FIGURINO (Isa Barretto)

Na torcida – Conclave 

Quem ganha – Wicked

Correndo por fora – Gladiador 2


DIREÇÃO DE ARTE (Rafael Morais)

Na torcida – Duna 2

Quem ganha – Duna 2

Correndo por fora – Wicked 


DIREÇÃO DE ARTE (Isa Barretto)

Na torcida – Duna 2

Quem ganha – Duna 2

Correndo por fora – Wicked


EDIÇÃO (Rafael Morais)

Na torcida – Conclave

Quem ganha – Conclave

Correndo por fora – Anora


EDIÇÃO (Isa Barretto)

Na torcida – Conclave

Quem ganha – Conclave

Correndo por fora - O Brutalista


SOM (Rafael Morais)

Na torcida – Duna 2

Quem ganha – Duna 2

Correndo por fora – Duna 2


SOM (Isa Barretto)

Na torcida – Duna 2

Quem ganha – Duna 2

Correndo por fora – Wicked


EFEITOS VISUAIS (Rafael Morais)

Na torcida – Duna 2

Quem ganha – Duna 2

Correndo por fora – Duna 2


EFEITOS VISUAIS (Isa Barretto)

Na torcida – Duna 2

Quem ganha – Duna 2

Correndo por fora – Duna 2


FOTOGRAFIA (Rafael Morais)

Na torcida – Duna 2

Quem ganha – O Brutalista

Correndo por fora – O Brutalista


FOTOGRAFIA (Isa Barretto)

Na torcida – Duna 2

Quem ganha – Duna 2

Correndo por fora – O Brutalista


ESPECIAL OSCAR 2025 - Um Completo Desconhecido

 

Por Isa Barretto

"Um Completo Desconhecido", dirigido com maestria por James Mangold, é mais do que uma cinebiografia; é uma jornada pela alma inquieta de Bob Dylan, o artista que nunca quis ser colocado em uma "caixa". O filme vai além da superfície ao retratar um jovem cuja voz e identidade estavam sempre em movimento, desafiando rótulos e expectativas.

Timothée Chalamet entrega uma performance impressionante, capturando a essência de Dylan em cada gesto e silêncio. Sua atuação vai além da simples imitação; ele incorpora o espírito livre e indomável de alguém que, como em "Blowin' in the Wind", entendia que as respostas estavam sempre ao vento, jamais fixas. Chalamet transmite essa sensação de constante transformação, onde o personagem não se limita a ser apenas um cantor folk ou um porta-voz de geração.

A direção de Mangold complementa essa entrega com uma sensibilidade notável. A câmera não apenas segue o protagonista, mas ela o observa de perto, como se registrasse cada instante de suas batalhas internas para se manter fiel a si mesmo. O filme não busca oferecer respostas prontas ou definir o protagonista de maneira única. Pelo contrário, celebra o mistério e o enigma que ele sempre foi.

Um dos maiores méritos do longa é mostrar a coragem de Dylan ao romper com o movimento folk tradicional. A cena da performance elétrica no Newport Folk Festival é um ponto alto, não pela polêmica em si, mas pela mensagem poderosa: Dylan nunca foi um artista de seguir regras. Sua transição para o rock não foi uma traição, mas uma declaração de independência artística. Em várias entrevistas, Dylan fez questão de dizer que não era uma cantor folk, apenas o rotularam assim, e essa autenticidade é o que o filme capta tão bem.

A música, mais do que trilha sonora, é a espinha dorsal da narrativa. Cada canção se apresenta quase como um diálogo interno, trazendo à tona os medos, as dúvidas e o desejo incessante de se reinventar. As letras de "Like a Rolling Stone" parecem ecoar na jornada do protagonista, onde a falta de direção não é um problema, mas uma escolha consciente de quem se recusa a ser definido por outros.

"The times they are a-changin'", "Os tempos estão mudando"...e o filme celebra essa mudança com coragem. Na vulnerabilidade do protagonista, o público encontra inspiração e a lembrança de que, às vezes, ser um completo desconhecido para o mundo é o primeiro passo para se tornar verdadeiramente autêntico. Afinal, como Dylan sempre mostrou: o importante não é se encaixar, mas continuar fiel ao som único de sua própria voz.