Por Isa Barretto
Como se define quem é do bem e quem é do mal? O que
transforma alguém em vilão? “Wicked”, dirigido por Jon M. Chu,
é um prequel ousado e poderoso do universo de “O Mágico de Oz”, que surpreende
não apenas pela profundidade de sua história, mas também por ser um musical
arrebatador que equilibra emoção, magia e espetáculo. O filme traz uma nova
perspectiva sobre a origem da Bruxa Malvada do Oeste, explorando os impactos do
preconceito, da rejeição e das escolhas que moldam quem somos.
Cynthia Erivo, no papel da protagonista, entrega uma atuação
memorável, capturando com maestria a complexidade de uma personagem
inicialmente cheia de esperança, mas que é consumida pela dor e pela exclusão.
Sua performance une fragilidade e força, e sua voz poderosa dá vida às canções
mais emocionantes do filme, transmitindo com perfeição os dilemas e
transformações da protagonista.
Ariana Grande, no papel coadjuvante, surpreende ao
interpretar uma personagem carismática e engraçada, que traz leveza à narrativa
em meio aos tons sombrios da história. Sua performance combina humor natural e
momentos de vulnerabilidade, criando um equilíbrio perfeito entre diversão e
emoção. Ariana também brilha nas sequências musicais, mostrando versatilidade e
habilidade para capturar tanto os momentos cômicos quanto os mais intensos.
O filme é um deleite visual, com cenários que alternam entre
o encanto mágico das terras de Oz e o tom sombrio que acompanha a trajetória da
protagonista. A direção de arte é impecável, e as coreografias musicais, junto
aos efeitos visuais, criam um espetáculo envolvente e inesquecível.
A trilha sonora, por sua vez, é o coração de “Wicked”. Com
canções bem compostas e emocionantes, ela avança a narrativa e aprofunda a
conexão do público com os personagens. Cynthia Erivo e Ariana Grande comandam
os momentos musicais mais marcantes, e suas vozes se complementam de forma
mágica em duetos emocionantes.
O maior mérito do filme está em sua habilidade de equilibrar
temas profundos, como exclusão, preconceito e resiliência, com momentos de
leveza e o encantamento de um grande musical. A narrativa desafia o público a
repensar o conceito de vilania, mostrando que o "mal" muitas vezes é
moldado pelas circunstâncias que cercam alguém.
No fim, “Wicked” é mais do que uma história de origem: é uma obra musical que emociona e inspira. Com atuações brilhantes, canções marcantes e uma produção visual impecável, o filme enriquece o legado de Oz e entrega uma experiência cinematográfica que ficará na memória.