segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

ESPECIAL OSCAR 2025 - Wicked

 

Por Isa Barretto

Como se define quem é do bem e quem é do mal? O que transforma alguém em vilão? “Wicked”, dirigido por Jon M. Chu, é um prequel ousado e poderoso do universo de “O Mágico de Oz”, que surpreende não apenas pela profundidade de sua história, mas também por ser um musical arrebatador que equilibra emoção, magia e espetáculo. O filme traz uma nova perspectiva sobre a origem da Bruxa Malvada do Oeste, explorando os impactos do preconceito, da rejeição e das escolhas que moldam quem somos.

Cynthia Erivo, no papel da protagonista, entrega uma atuação memorável, capturando com maestria a complexidade de uma personagem inicialmente cheia de esperança, mas que é consumida pela dor e pela exclusão. Sua performance une fragilidade e força, e sua voz poderosa dá vida às canções mais emocionantes do filme, transmitindo com perfeição os dilemas e transformações da protagonista.

Ariana Grande, no papel coadjuvante, surpreende ao interpretar uma personagem carismática e engraçada, que traz leveza à narrativa em meio aos tons sombrios da história. Sua performance combina humor natural e momentos de vulnerabilidade, criando um equilíbrio perfeito entre diversão e emoção. Ariana também brilha nas sequências musicais, mostrando versatilidade e habilidade para capturar tanto os momentos cômicos quanto os mais intensos.

O filme é um deleite visual, com cenários que alternam entre o encanto mágico das terras de Oz e o tom sombrio que acompanha a trajetória da protagonista. A direção de arte é impecável, e as coreografias musicais, junto aos efeitos visuais, criam um espetáculo envolvente e inesquecível.

A trilha sonora, por sua vez, é o coração de “Wicked”. Com canções bem compostas e emocionantes, ela avança a narrativa e aprofunda a conexão do público com os personagens. Cynthia Erivo e Ariana Grande comandam os momentos musicais mais marcantes, e suas vozes se complementam de forma mágica em duetos emocionantes.

O maior mérito do filme está em sua habilidade de equilibrar temas profundos, como exclusão, preconceito e resiliência, com momentos de leveza e o encantamento de um grande musical. A narrativa desafia o público a repensar o conceito de vilania, mostrando que o "mal" muitas vezes é moldado pelas circunstâncias que cercam alguém.

No fim, “Wicked” é mais do que uma história de origem: é uma obra musical que emociona e inspira. Com atuações brilhantes, canções marcantes e uma produção visual impecável, o filme enriquece o legado de Oz e entrega uma experiência cinematográfica que ficará na memória.


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