Nova produção do Marvel Studios se consolida como um ótimo filme de ação, recheado de espionagem e intrigas políticas, deixando em segundo plano a ideia do super-herói como figura centralizadora.
Rafael Morais
28 de abril de 2014
Depois da excelente surpresa que foi Capitão América - O Primeiro Vingador (2011), a Marvel sabia da responsabilidade de evoluir/expandir a história do herói, bem como amarrá-la às outras que virão (como sempre o fez). E não foi diferente o resultado deste ótimo segundo episódio. Com a competente direção dos irmãos Russo (Joe e Anthony), o filme adquiriu contornos de uma autêntica ação, com pitadas de espionagem, sem esquecer o seu bom humor e, sobretudo, sagrou-se bem sucedido ao apresentar mais figuras do cânone da Marvel enquanto HQ.
Perceba, por exemplo, o esmero na construção do Soldado Invernal (o extraordinário Sebastian Stan), vilão dotado de conflitos, acrescentando dualidade e complexidade a persona, fazendo um equilibrado contraponto ao Capitão América.
Deixando em segundo plano a figura do herói solitário/altruísta/sacrificador como centro de tudo, o longa respira ares de supergrupo ao ponto de cada personagem (Falcão, Viúva Negra, Nick Fury, entre outros) ganhar o seu tempo de tela proporcional e entregar a sua efetiva contribuição no desfecho da trama. Steve Rogers (o carismático Chris Evans), por sua vez, continua um soldado, contudo, atitudes como contestar e desconfiar passa a fazer parte de sua cartilha diante das mudanças drásticas pelas quais os EUA passaram a representar.
Na verdade, este novo filme aborda questões como: vigilância, guerra ao terrorismo e o patriotismo, por vezes ufanista, que dá poderes aos departamentos de espionagem como medidas de prevenção a possíveis ataques. E com este argumento, nada melhor que encaixar a S.H.I.E.L.D. como pano-de-fundo para um roteiro repleto de reviravoltas, segredos governamentais e conspirações.
Quanto às empolgantes cenas de ação, parecem inspiradas na trilogia Bourne, ou em fitas de luta/ação da indonésia como o visceral The Raid, guardadas as proporções, tamanha a robustez e peso empregado em cada movimento: socos, chutes, cotoveladas, voadoras... Não é a toa que o lutador de MMA, Georges St-Pierre, faz uma ponta numa sequência de porrada de tirar o fôlego. Tal mudança na dinâmica dos confrontos físicos denota uma evolução do personagem em controlar e saber utilizar a sua força, superando o que foi apresentado em seu 1º filme: o aprendizado e a descoberta de seus "poderes".
Assim, ao passo em que acompanhamos a consolidação do Capitão América, algumas "verdades" são colocadas em xeque, bem como "jogadas" da trama que fazem emergir uma nova realidade/perspectiva para o herói, exigindo uma expertise e malemolência nunca antes testada. Não é por acaso que o filme está sendo comparado aos thrillers de espionagem da década de 1970 (algo que a presença de Robert Redford só faz reforçar).
Depois da excelente surpresa que foi Capitão América - O Primeiro Vingador (2011), a Marvel sabia da responsabilidade de evoluir/expandir a história do herói, bem como amarrá-la às outras que virão (como sempre o fez). E não foi diferente o resultado deste ótimo segundo episódio. Com a competente direção dos irmãos Russo (Joe e Anthony), o filme adquiriu contornos de uma autêntica ação, com pitadas de espionagem, sem esquecer o seu bom humor e, sobretudo, sagrou-se bem sucedido ao apresentar mais figuras do cânone da Marvel enquanto HQ.
Perceba, por exemplo, o esmero na construção do Soldado Invernal (o extraordinário Sebastian Stan), vilão dotado de conflitos, acrescentando dualidade e complexidade a persona, fazendo um equilibrado contraponto ao Capitão América.
Deixando em segundo plano a figura do herói solitário/altruísta/sacrificador como centro de tudo, o longa respira ares de supergrupo ao ponto de cada personagem (Falcão, Viúva Negra, Nick Fury, entre outros) ganhar o seu tempo de tela proporcional e entregar a sua efetiva contribuição no desfecho da trama. Steve Rogers (o carismático Chris Evans), por sua vez, continua um soldado, contudo, atitudes como contestar e desconfiar passa a fazer parte de sua cartilha diante das mudanças drásticas pelas quais os EUA passaram a representar.
Na verdade, este novo filme aborda questões como: vigilância, guerra ao terrorismo e o patriotismo, por vezes ufanista, que dá poderes aos departamentos de espionagem como medidas de prevenção a possíveis ataques. E com este argumento, nada melhor que encaixar a S.H.I.E.L.D. como pano-de-fundo para um roteiro repleto de reviravoltas, segredos governamentais e conspirações.
Quanto às empolgantes cenas de ação, parecem inspiradas na trilogia Bourne, ou em fitas de luta/ação da indonésia como o visceral The Raid, guardadas as proporções, tamanha a robustez e peso empregado em cada movimento: socos, chutes, cotoveladas, voadoras... Não é a toa que o lutador de MMA, Georges St-Pierre, faz uma ponta numa sequência de porrada de tirar o fôlego. Tal mudança na dinâmica dos confrontos físicos denota uma evolução do personagem em controlar e saber utilizar a sua força, superando o que foi apresentado em seu 1º filme: o aprendizado e a descoberta de seus "poderes".
Assim, ao passo em que acompanhamos a consolidação do Capitão América, algumas "verdades" são colocadas em xeque, bem como "jogadas" da trama que fazem emergir uma nova realidade/perspectiva para o herói, exigindo uma expertise e malemolência nunca antes testada. Não é por acaso que o filme está sendo comparado aos thrillers de espionagem da década de 1970 (algo que a presença de Robert Redford só faz reforçar).
Diante de muito mais acertos do que erros, o Marvel Studios vai se consolidando cada vez mais nas telonas, dando aos seus fãs justamente o que eles querem ver: a difícil sincronia de adaptação entre fidelidade e liberdade criativa, sem esquecer, é claro, das inúmeras referências ao seu universo escondidas nas entrelinhas (os já famosos easter eggs).
Trailer legendado:
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PS: Existem DUAS cenas pós-créditos, como já é de praxe.